Wednesday, March 28, 2007

Straight Flush

Vi ontem o DVD de “Casino Royale”. Sem dúvida o melhor 007 de sempre. Liberto da pirotecnia de efeitos especiais, este 007 é um thriller com um excelente argumento e diálogos, e personagens que vão bem além do arquétipo do mau da fita e da Bond Girl. O que não espanta quando sabemos que o argumento é de Paul Haggis ( “Crash”, “Million Dollar Baby”). Passado nos dias de hoje traz-nos um jovem e intrépidoBond, recém promovido a 007.



O filme revisita o passado da saga de Bond, nalguns casos com refinada ironia como quando recria a saída de Ursula Andress do mar, desta feita com Daniel Craig exibindo o seu musculado torso. Ou quando um irritado Bond responde “Who gives a damn?” a um empregado que lhe pergunta “Shaken or stirred”. Daniel Craig ( “Munich”) que, diga-se, é o melhor Bond desde Sean Connery. Um Bond intenso, físico, atormentado, que também falha.
Despojado dos gadgets de Q, mas sempre na companhia do seu Aston Martin ( o novo DBS).

Depois o filme revela bom gosto nos hotéis que escolhe. Desde o Ocean Club, da One and Only, na Paradise Island em frente a Nassau, nas Bahamas até ao Danieli, em Veneza.

Pelo meio leva-nos até um fictício Splendid Hotel, em Montenegro, na realidade o Pupp Karlovy Hotel, em Carlsbad, nos arredores de Praga.



Finalmente, o embate entre Bond e Le Chiffre, numa mesa de Poker (na variante “Texas Hold’em”) faz-me evocar com nostalgia noites passadas em claro à volta de um pano verde. Onde por vezes faltava "um gelinho".

Em suma temos um Bond reabilitado, purgadas que foram as toxinas dos últimos filmes ( aquele surf numa onda gigantesco é no mínimo rídiculo), sem ogivas nucleares nem maus da fita que em subterrâneos planeiam a destruição do planeta. Um Bond revigorado e rude, como se nascido de novo. Aliás, só no fim do filme ele se apresenta como Bond, James Bond.

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