Sunday, March 11, 2007

Lua de Mel (3) Quilálea e Singita

Quilálea é uma ilha paradísiaca do Arquipélago das Quirimbas, na Baía de Pemba que, diz o meu amigo coronel com nome de vice-rei da Índia, é a mais bela do Mundo. Exlusiva, ídilica, cercada por imaculada areia branca e banhada pelas tépidas águas verde esmeralda do Índico, porto de abrigo e seclusão para os ocupantes das nove villas que compõem o hotel.
*Destino ideal para lua de mel, para os que buscam uma escapada romântica, descanso, aventura e redescoberta.

As villas com 45m2 , construídas artesanalmente em madeira e pedra, com tectos de colmo,

têm largas varandas e janelas panorâmicas que permitem que a brisa do mar invada o quarto, quase dispensando o AC.

Camas king size com mosquiteiro e mobiliário em teca e mogno criam um ambiente rustic chic.

O restaurante, na ponta norte da ilha, permite ao hóspede disfrutar os aromas e sabores das especiarias da cozinha moçambicana, com influência portuguesas e de Goa, preparadas por um chef gourmet. Caril e mariscos de morrer num cenário paradísiaco. Para dias especiais, o staff prepara uma refeição na praia, junto à água.

Os dias podem ser passados na areia lendo a “Crónica do Pássaro de Corda” de Haruki Murakami, estimulando a glândula pineal. Mas de tédio ninguém more na Quilálea.

Mergulho ou snorkelling, para mergulhadores principiantes ou experientes, num santuário marinho, com 357 espécies e corais belíssimos, num mar com 30m de visibilidade.

Em locais com nomes tão sugestivos como “Bairro das Lagostas” ou “Estádio da Luz”.

Pesca à linha ou de alto mar, barracudas, atuns e marlins. Observação de tubarões e baleias corcundas.

Passeios de canoa à volta da ilha.

Passeios de dhow ao pôr do Sol ou explorando o arquipélago no catamaran do hotel.


A não perder a visita à ilha de Ibo, dominada pelo forte de São João. Vale a pena passear pelo mercado e sentir a melancolia que emana das ruínas das velhas mansões indo-portuguesas.

Para lá chegar há voos diários para Pemba (antiga Porto Amélia) da LAM (Linhas Aéreas de Moçambique ), com ligação para Joanesburgo e Lisboa. O transporte para Quilálea pode ser feito num voo de avioneta ( 20min, 110€ por pessoa) até Quirimba, glorioso aeroporto com pista relvada, seguido de barco até ao hotel, ou helicóptero (25min, 150€) directo a Quilálea. Recomendo a avioneta à ida e o heli no regresso. O preço dos quartos é de 400€ por quarto, em pensão completa.

O complemento para tanto descanso é uma incursão ao Kruger Park.

Já vos falei do Mala-Mala, que considero ser o melhor lodge para ver os predadores em acção. Mas como o tema é uma lua de mel inesquecível é imperioso recomendar o Singita.

A Sabi Sands Reserve toma o nome do rio Sand River que cruza a reserva e o solo arenoso. Savana aberta, com esparsas acácias, formações rochosas e floresta ribeirinha. Nela os jeeps seguem os animais por todo o lado, não se limitando aos trilhos como no Kruger, ou no Quénia e Tanzânia. O que garante que avistaremos os Big Five em dois dias de safari.

Manadas de búfalos e elefantes, rinocerontes, hipopótamos, leões, leopardos, chitas e hienas esperam por nós. Recentemente Singita conseguiu a concessão de Lebombo, já no Kruger Park, junto à fronteira com Moçambique, numa zona mais montanhosa, entre os rios N'wanetsi e Sweni Rivers.

Território inexplorado, santuário da vida selvagem, com uma incrivel diversidade e abundância.

No Singita os sentidos despertam com os sons do mato. Chá e café às 6 horas, antes da partida para o safari. Depois das emoções dos encontros com os leões refastelados à sombra de uma acácia e de sentirmos o cheiro da terra, de regresso ao lodge os aromas são os do pequeno almoço, pelas oito e meia. Frutos, iogurtes, cereais, pão e bolinhos caseiros, ovos, queijos e enchidos num deck sobre a planície alimentam a paixão por África.

O resto da manhã é passado ou no spa, ou no seu deck privativo com piscina, ou no ginásio.

O almoço é servido pela uma da tarde, buffet de aromas e géneros africanos e seus encontros com a cozinha occidental.

Depois da sesta,que isto de acordar às cinco da manhã não dá saúde, é tempo para um refresco antes de partida para um novo safari. É quando o dia arrefece que a natureza começa a mexer.

O põr do Sol em África é sempre memorável, e no Singita os rangers escolhem pontos estratégicos para o disfrutarmos. Com o crepúsculo, a verdadeira fauna da noite (não a que anda pelo Bairro Alto ) sai para caçar. Com sorte poderão assistir ao momento em que predador e presa se enlaçam. A adrenalina corre também por todos nós, já que andar num jeep descapotável, à noite, sem saber se os leões rugem à nossa frente ou atrás não deixa ninguém indiferente. Um safari nocturno é o zénite de uma viagem a África, deixando momentos inesqueciveis.

Quando finalmente chegamos ao lodge, somos recebidos pelo crepitar das fogueiras, e depois de um banho retemperador reunimo-nos em volta da fogueira da Boma e de um gin and tonic,que serve de introito para um jantar gourmet à luz de velas e da Cruzeiro do Sul.

Menu de raízes africanas, carnes grelhadas com frutas e vegetais frescos e pratos com temperos aromáticos, que gengibre, pimentas, cúrcuma.

Para acompanhar a refeição, há cerca de 35 mil garrafas dos deliciosos vinhos do país na adega do hotel. Não por acaso, Singita, em sangaan, o idioma da região onde ele está localizado, significa "milagre".

Impala, peixe, pastas, animados pela danças e cantares locais. No final do jantar, os hóspedes juntam-se em amena tertúlia, para alguns acompanhada de um Henessy XO e um Cohiba Siglo IV. O sono que se seguirá será angelical.

Considerado o melhor hotel do mundo pela Condé Nast Traveler e a Travel and Leisure, abriga cinco lodges distintos.

O mais recente é o Singita Lebombo Lodge, dentro do Parque Kruger, junto à Gorongosa, em Moçambique, estrutura em aço e vidro integrado no meio de luxuriante enquadramento, abundante de vegetação, água e grandes felinos.

Com janelas de parede a parede, as 15 suites são ao mesmo tempo espaços de sofisticação e de interacção com a natureza, parecendo ninhos de águia pela sua dramática localização num penhasco sobre o rio. Os spas envidraçados no meio da savana oferecem tratamentos como massagem tailandesa e com pedras quentes, reflexologia e aromaterapia.Também fazem parte do cenário piscinas privativas, lareiras duas vezes maiores que as normais e mosquiteiros.

No Singita Ebony Lodge, languidamente localizado nas margens do rio Sand, com os quartos por entre a frondosa vegetação quo os abraçam e refrescam fica no coração da Sabi Sands Reserve. Num cenário “África Minha”, com mobília colonial e artesanato local, desperta toda a paixão de África.

As nove suites do Ebony , combinam luxo e simplicidade, espaços de contemplação e introspecção, onde silêncio e privacidade contrastam com a harmonia da savana que se espraia à nossa frente, esparramados que estamos no deck da sua piscina privada.

Mergulhe em aconchegadores sofas de pele, e sinta a sua alma afagada pela leitura de um bom livro ( que poderá apanhar na biblioteca do Hotel ) enquanto aguarda por mais um safari.

o Singita Boulders Lodge está integrado numa paisagem de rochas basálticas, que inspiram a decoração das suas suites, num moderno design africano.

Os decks com piscina privada proporcionam momentos simples e calmos, mas inesquecíveis, com a natureza a seus pés.

Existem ainda a Singita Sweni e o Castleton Camp recomendado para quem viajar em grupos maiores, podendo ocupar todo o lodge.

O preço do alojamento no Singita é de 800€ por noite para o casal, incluindo todas as refeições e bebidas, incluindo os grandes vinhos mas exceptuando champagnes safaris, lavandaria e transfer para a avioneta

A minha recomendação para esta ídilica escapada seria de duas noite no Lebombo e duas noites no Ebony ou no Boulders como complemento a uma semana no Quilálea.

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