Wednesday, May 09, 2007

Sara Maia



O galerista tecia rasgados elogios à artista. “Esta menina vai longe”, dizia ele, embora receasse pela fragilidade e a saúde da Sara. Ainda namorei dois dos seus quadros. Mas pela sua dimensão, não os podia albergar na minha casa de então. Acabarem em casa de dois amigos meus.

Pois a Sara inaugurou ontem uma nova exposição na Sala do Veado do Museu Nacional de História Natural. Chama-se “Dog’s Sleep”. «A expressão idiomática inglesa refere-se a um certo fingimento, uma certa encenação; ao mesmo tempo, o cão é um animal doméstico, dependente, carente, mas dorme alerta, está sempre pronto para saltar, tem sentimentos muito próximos do ser humano.» dise a Sara ao Expresso, na Actual da sábado passado. Que me permitiu conhecer melhor o trajecto da Sara. Foi a doença que a obrigava a ficar em casa na infância que lhe trouxe o gosto pela pintura.E o padrasto que lhe deu a conhecer Buñuel ainda menina.

A exposição é composta por oito pinturas de grandes dimensões e vários desenhos. A Santa das Garrafinhas, A Ceia, Fingida, são algumas das composições. Diz ela ao Expresso «Não sei explicar, nasceu comigo, essa relação com a perversão não é deliberada, é uma questão complexa. As relações são complexas, e isso é fascinante. Gosto de jogar com o lado dúbio das coisas, até para não haver uma forma única de ver, para cada um poder descobrir uma história diferente.»

Agora a Sara já não é representada pela Mário Sequeira.. Tem um galerista francês, a Galerie Patrice Trigano (de Paris). Que tem na sua colecção gente como Matisse, Magritte, Tanguy, Vieira da Silva, Braque, Chagall ou Picasso. Está em boa companhia a Sara.

SARA MAIA: Dog Sleep Museu de História Natural - Sala do Veado, Lisboa 08 MAI- 30 JUN 2007. 747.3 INAUGURAÇÃO: 10 MAIO, 22h

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