Selecção Nacional (1) Papas de Sarrabulho com Rojões à moda de Braga
Quem costuma ler os meus posts sobre restaurantes sabe que aprecio a cozinha de autor. A creatividade e a beleza na apresentação dos pratos. O cruzamento de aromas e paladares. O El Bulli, o Tru ou o Michael Mina. E o Spondi que vou revisitar em breve. O requinte de um bom serviço e uma sala agradável. Neste post inicio uma série que nos leva por outros caminhos. Os pratos tradicionais portugueses que baptizei de Selecção Nacional. Sem Scolari nem Baía.
Não podia deixar de começar pelas Papas de Sarrabulho com Rojões à moda do Minho. É um prato que alguns evitam, pelo seu aspecto e ingredientes. Mas todos os que ousaram provar se renderam a ele. Até a Anabela outrora tão díficil de convencer a provar tudo o que fosse além de bife do lombo ou peixe grelhado. Claro, eu tenho a vantagem de ter começado de pequenino. Quando toda a família se reunia em volta do meu avô paterno num restaurante de Braga.
Foi por essa altura que descobri que as papas são um prato à parte. E que os rojões estão a mais. A carne desfiada, envolta pelo aroma do cravinho e da noz moscada, o pão de trigo e o sangue, dá-lhe um sabor único, irresistível. Como não exigem grande esforço mastigatório nada melhor que esmagá-las entre a língua e o palato para delas extrairmos todo o sápido prazer que proporcionam. E depois a farinheira, a beloura, o sangue, o fígado. Todos os matadores. Rojões? Para quê?
Foi por essa altura que descobri que as papas são um prato à parte. E que os rojões estão a mais. A carne desfiada, envolta pelo aroma do cravinho e da noz moscada, o pão de trigo e o sangue, dá-lhe um sabor único, irresistível. Como não exigem grande esforço mastigatório nada melhor que esmagá-las entre a língua e o palato para delas extrairmos todo o sápido prazer que proporcionam. E depois a farinheira, a beloura, o sangue, o fígado. Todos os matadores. Rojões? Para quê?
As Papas, prato pesado é bom de ver, pedem um bom vinho. Um bom Douro, como o Vallado reserva seria a minha escolha. E se ainda houver estômago ( e vesícula) em Braga fecha-se com um Pudim Abade de Priscos. Eu costumo ficar pelo café.
Se nunca provaram não deixam de provar. E para os portuenses em boa verdade vos digo. Não sabem o que são papas de sarrabulho. Que no Porto não passam de uma deslavada sopa com farinha. Se querem saber o que são Papas vão ao Minho.
A Braga, ao Campo das Hortas, onde se não arranjarem mesa no “Alexandre”, têm o “Bem me Quer”, o "Cruz Sobral" ou o “Inácio” ali ao lado. Ou a Santa Maria do Bouro ao “Cruzeiro”.
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