Wednesday, November 29, 2006

Vinhos para o Natal

Entre a Tio Pepe e a Loja Gourmet do El Corte Inglês abasteci-me de vinhos para a quadra natalícia.

Nos Brancos fui até ao Sul do País. Do Alentejo trouxe o "Esporão Private Selection 2005" , um Semillon que combina o Antão Vaz e o Fernão Pires, depois estagiando seis meses em barricas de carvalho novo, com batonnage. O 2004 era, para mim, o melhor branco português.

Candidato a esse estatuto é o "Vindima 7 de Outubro 2003 Viognier" da Quinte do Monte d'Oiro. Na compra de 2 garrafas tive direito a mais um livro de José Bento dos Santos, "Subtilezas Gastronómicas". Dpois de estagiar oito meses em carvalho francês novo, com battonage, obteve-se um branco seco, com 15º. Dizem ser ideal para entradas com foie-gras, espargos e outros legumes, peixe e mariscos com especiarias, pratos de bacalhau e até algumas carnes de caça. Mas Alfredo Saramago, no prefácio do livro, diz que é um pecado misturar tão precioso néctar, pelo que recomenda que se beba a solo. Opção mais em conta o "Madrigal", do mesmo produtor e também Viognier.

Nos tintos fui ao Duero. Há dois anos atrás fiz para alguns amigos uma prova cega Alion 99 vs Chryseia 2000, e Valbuena Vega Sicilia 86 vs Barca Velha 85. Votaram unânimemente nos vinhos espanhóis. Como concordei comprei uma caixa de Alion e uma de Valbuena, da afamada casa Vega Sicilia, de 2000. Para provar e para guardar. Do Alion 99, um Tempranillo ( ou se quiserem Tinta Roriz) recordo a tosta de madeira a marcar os aromas e os matizes de frutos negros, num vinho poderoso e com um grande final. Ideal para pratos de bacalhau ou assados. É Natal, é Natal. O Valbuena é o mais modesto dos Vega Sicilia ( o Unico e o Unico Reserva Especial são inacessíveis). Tempranillo e Merlot, estagiando 2 a 3 anos em barricas inicialmente novas, passando depois a mais velhas, acabando a repousar em velhos tonéis. Depois de mais dois anos de estágio em garrafa é comercializado. Do 86 recordo o couro e o bosque, a cereja e a elegância de um vinho capaz de encher a alma.

No Porto a minha extravagância. Um Quinta do Noval Nacional de 64. Claro, o de 63 é que era mas custa 3000€. Também é bom lembrar que o 63 é um vinho mítico, a par do de 1931 considerado pela Wine Spectator o 3º melhor vinho do século ( à escala mundial). Será a primeira vez que irei provar o Noval Nacional, produzido nas únicas vinhas que resistiram à filoxera. Dificil de encontrar em Portugal, dado que a sua escassa produção ( 3000 garrafas) é quase total mente absorvida pelo mercado americano, está no El Corte Inglês à espera de quem o procurar. Depois vos contarei a experiência.

No Champanhe, o Pol Roger Brut Vintage 95, pois claro, foi a minha escolha.

Estão pois reunidos os néctares que nos irão proporcionar um Santo Natal. Só espero que o Rotavírus que me atacou no Natal 2005 não volte a fazer das suas.

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