Friday, November 10, 2006

All That Jazz

Por estes dias o jazz fervilha em Portugal. Em Guimarães decorre o festival. Grandes nomes como Charlie Haden, Wayne Shorter, Marc Copland passa(ra)m pelo Centro Cultural Vila Flor. Hoje é a vez de um dos meus pianistas preferidos, Abdullah Ibrahim aka Dollar Brand ( antes da conversão ao Islão).



Amanhã, em Lisboa não é um, é O. O pianista. Keith Jarret. Que chega acompanhado por Gary Peacock e Jack DeJohnette ("O" baterista) . Com quem gravou os fabulosos "Standards". Como este "My Funny Valentine". Fabuloso ao vivo, mestre da improvisação, são célebres alguns dos seus concertos. Koln, Tokio, Blue Note. Imperdível. É caso para perguntar: quando é que este homem vem tocar ao Porto?

Ao Porto vem o pianista favorito de Miles Davis. Vem apresentar o disco duplo "The Essential Herbie Hancock", colectânea das suas melhores gravações na Warner, Blue Note, Columbia e Verve.



Herbie Hancock e Freddie Hubbard : Cantaloupe Island

Hancock oscila entre a genialidade de uma criança de 11 anos, que se estreou (em 1951) como solista de Mozart da Sinfônica de Chicago à normalidade de um pianista acompanhante de grandes astros pop. Claro que Hancock é bem melhor quando coloca seu talento de compositor e arranjador a serviço do jazz. É dele uma das grandes bandas sonoras de filmes do género: a de "Round Midnight" de Bertrand Tavernier, que junta com propriedade standards e temas originais.

Vem acompanhado do baixista Matt Garrison, da baterista Terri Lyne Carrington e do saxofonista Chris Potter. Relatos da tournée dizem que serão tocadas apenas oito músicas num concerto de 90 minutos. Hancock percorre peças de suas fases mais distintas, passando pela influência do blues de início de carreira com o super sucesso "Cantaloupe Island" e "One Finger Snap", caminhando sobre o explosivo eletrofunk dos anos 1970 de "Chameleon", até alcançar o minimalismo experimental dos anos 1990 de "Sonrisa". Trás novas versões para "Maiden Voyage" e "Dolphin Dance", duas obras emblemáticas gravadas originalmente no álbum "Maiden Voyage", de 1965, com o apoio do trompetista Freddie Hubbard e do saxofonista George Coleman e encantadas por uma atmosfera cool da época mais promissora da Blue Note.

Será um concerto agradável, fácil de ouvir mesmo para os não amantes do jazz, que por certo reconhecerão muitas das músicas, que polvilham inúmeros filmes. Despachem-se porque a Casa da Música está quase esgotada.

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