Sunday, February 18, 2007

TABLES DU MONDE (19) CAFEÍNA

O Cafeína faz parte da minha Santíssima Trindade de restaurantes no Porto. Com o "Bull and Bear" e o "Sessenta Setenta".

Na Rua do Padrão, com a Pérgola da Foz mesmo ao lado, o espaço de Vasco Mourão, criado por Paulo Lobo é um restaurante de moda. Só que já está na moda desde 95. O ambiente, madeira, couro e ferro, tons castanho e verde escuro, iluminação cuidada, o belíssimo quadro de Susana Bravo, bom jazz, conferem-lhe uma atmosfera de restaurante do mundo, frequentado por “beautiful people”.

Almoço servido até às seis da tarde, jantar servido até às duas da manhã, ideal para um jantar tardio, após um espectáculo. E até pode ser que lá encontre o músico, como Diana Krall ou Joaquin Cortés que por lá passaram. Mas de comida falemos e das criações do chef António Vieira.

Na minha última visita, nas Entradas provaram-se uns excelentes Espargos Verdes salteados com Ovas de Salmão, em perfeito ponto de cozedura, conservando todo o seu sabor e textura, que conjugava na perfeição com as ovas, e um Carpaccio de Vieiras e Salmão, original forma de servir tão precioso bivalve, símbolo do peregrino dos Caminhos de santiago, vale bem uma peregrinação ao cafeína.

Nos Peixes provaram-se uns Filetes de Robalo escalfados com algas e molho holandês, merecedor de hossanas, e um Bacalhau com Broa, delicioso na integração do azeite e a broa com o lombo lascado do gadídeo. Fizeram-se acompanharna perfeição por um Esporão Branco Private Selection 2004, Semillion, Antão Vaz e Arinto vinho com a madeira bem presente, notas de pêssego e tostas, na boca redondo, encorpado, complexo, com final bem longo.

Nas Carnes os já clássicos Chateaubriand com Molho Bearnês e o Tornedó Wellington, com uma massa folhada perfeita a envolver a carne, agradaram, mas a merecer os maiores encómios estiveram o Magret de Pato com vinagrete de Hortelã e umas sublimes Costeletinhas de Borrego Folhadas com brunesa de legumes. Foram regadas por um Meandro 2003, produção de Quinta do Vale Meão, denso na cor, notas minerais e frutos pretos, na boca marcado pelo excessivo vigor dos taninos.

No Cafeína as Sobremesas são obrigatórias, com a curiosidade da carta sugerir um vinho para cada sobremesa. Apenas o meu amigo José foi num Moscatel a acompanhar o seu divino Bolo de chocolate amanteigado, imagem de marca do Cafeína, sublime. Também houve quem se tenha rendido à Marquise de Chocolate branco e preto e sobretudo à Tarte Tatin com natas batidas e ao Folhado de Maçã com gelado de Baunilha.

Para terminar, estando a decorrer uma acção de promoção da Famous Grouse, provaram-se dois whiskys da marca da perdiz, um deles com estágio em barricas de vinho do Porto, o que lhe conferia um perfil mais aveludado.

Final perfeito para um excelente jantar, na companhia de bons amigos, num local que proporciona longas e animadas conversas.


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