Sunday, May 27, 2007

Só eu sei porque não fico em casa

Sunday, May 13, 2007

Duas Exposições

Aproveitando uma deslocação a Lisboa que foi pretexto para a primeira grande viagem das minhas filhas a bordo de um comboio pendular ( que se andasse sempre à velocidade de ponta faria a ligação Porto Lisboa em 1h30m, tornando desnecessária a ligação por TGV, mas isso são outras andanças), dei um salto ao Museu de História Natural, para ver a exposição da Sara Maia.






Excelente, embora perdida nos confins da Mineralogia.


Mesmo ao lado, no Palácio dos Condes do Restelo estava a badalada exposição "O Corpo Humano como nunca o viu". Que é quase um franchising, já que se encontra em exibição em quatro pontos dos USA , e em Praga. A exposição será certamente uma revelação para quem nunca frequentou, como eu, os teatros anatómicos. A mim trouxe-me recordações dos meus verdes anos.
De qualquer forma ver um crânio com todos os ramos do nervo facial, um braço só com o plexo arterial ou os pulmões só com a árvore brônquica, foram novidades que me encantaram. Recomendo a visita, embora a exposição seja cara (€21.50 por adulto, € 15.00 por criança). Para quem preferir uma visita virtual pode espreitar as fotos de Osvaldo Grimaldi.

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Wednesday, May 09, 2007

Sara Maia



O galerista tecia rasgados elogios à artista. “Esta menina vai longe”, dizia ele, embora receasse pela fragilidade e a saúde da Sara. Ainda namorei dois dos seus quadros. Mas pela sua dimensão, não os podia albergar na minha casa de então. Acabarem em casa de dois amigos meus.

Pois a Sara inaugurou ontem uma nova exposição na Sala do Veado do Museu Nacional de História Natural. Chama-se “Dog’s Sleep”. «A expressão idiomática inglesa refere-se a um certo fingimento, uma certa encenação; ao mesmo tempo, o cão é um animal doméstico, dependente, carente, mas dorme alerta, está sempre pronto para saltar, tem sentimentos muito próximos do ser humano.» dise a Sara ao Expresso, na Actual da sábado passado. Que me permitiu conhecer melhor o trajecto da Sara. Foi a doença que a obrigava a ficar em casa na infância que lhe trouxe o gosto pela pintura.E o padrasto que lhe deu a conhecer Buñuel ainda menina.

A exposição é composta por oito pinturas de grandes dimensões e vários desenhos. A Santa das Garrafinhas, A Ceia, Fingida, são algumas das composições. Diz ela ao Expresso «Não sei explicar, nasceu comigo, essa relação com a perversão não é deliberada, é uma questão complexa. As relações são complexas, e isso é fascinante. Gosto de jogar com o lado dúbio das coisas, até para não haver uma forma única de ver, para cada um poder descobrir uma história diferente.»

Agora a Sara já não é representada pela Mário Sequeira.. Tem um galerista francês, a Galerie Patrice Trigano (de Paris). Que tem na sua colecção gente como Matisse, Magritte, Tanguy, Vieira da Silva, Braque, Chagall ou Picasso. Está em boa companhia a Sara.

SARA MAIA: Dog Sleep Museu de História Natural - Sala do Veado, Lisboa 08 MAI- 30 JUN 2007. 747.3 INAUGURAÇÃO: 10 MAIO, 22h

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Sunday, May 06, 2007

QUARTO DE HOTEL ( 22) Las Ventanas Al Paraíso

Enquanto o escriba fez uma maratona Porto/Newark/ San Diego, para aí permanecer três dias e logo regressar, o Joaquim e a Paula foram a Los Cabos. Não bateram às portas do céu porque não era preciso. Ficaram pelas janelas do Paraíso.



Inaugurado em 1997, em Los Cabos, da cadeia Rosewood e membro dos Leading Hotels, o Las Ventanas al Paraíso marcou um novo standard de hotéis de luxo na América Latina, estando cotado como um dos melhores hotéis do Mundo em todas as listagens, da hot list da Condé Nast ao Zagat. Além da excelência que é apanágio da Rosewood, o hotel está enquadrado no majestoso cenário do mar azul de Cortez, montanha e deserto que o envolve.

A arquitectura do hotel, de estilo colonial Mexicano em fusão com o Mediterrânico, ocom terraços sobre as villas, pátios sobre o mar e uma serpenteante rede de piscinas permitem aos hóspedes disfrutar da beleza cénica do hotel.

Dispõe de 71 suites decoradas com artesanato mexicano, chão em calcário, lareiras, e terraços e jardins privados sobre o mar. Algumas suites têm piscinas privadas, spa e terraços sobre a villa.

Os hóspedes que não se contentem com as irresistíveis chaise longue das piscinas podem dedicar-se ao golfe ou ao ténis, vela ou motas de água, pesca ou mergulho. Ou uma incursão pelo deserto a bordo de um Hummer.

Costuma dizer-se que quem tem amigos não morre no Inferno. Foi o que aconteceu com o Joaquim e a Paula. Com a recomendação de um amigo que é gestor hoteleiro acabaram no Paraíso. Ou melhor, um upgrade para a na suite presidencial do Ventanas al Paraíso. As mordomias começavam pelo mordomo privado.

Com vista priveligiada sobre o mar a suite , com 300 m2,

3 quartos, com lareira, camas king size e duas queens

4 casas de banho, sala com lareira e sala de jantar, leitor de DVD e DVDteca,

uma infinity-pool de 12 metros, privada, um duche para tomar banho al fresco em privacidade (muito apreciado pelo Joaquim).

Spa privado no quarto, cesto de fruta fresca diáriamente e frozen margheritas servidas pelo mordomo. Com estas mordomias também eu só sairia do quarto para jantar.

No The Restaurant, espaço gourmet do Hotel, embora seja uma obrigatória uma visita ao restaurante C, no La Palmilla Hotel, da cadeia One and Only.

O chef é Charlie Trotter, do afamado restaurante de Chicago, considerado um dos melhores chefs do mundo, que aqui trás uma cozinha criativa, à base de espumas. E a não perder um jantar a dois na praia, sem sapatos (não é, Quim?) á luz dos archotes e do luar.

Neste Paraíso o conceito de luxo foi redefinido, sendo os hóspedes apaparicados com aquele toque especial que marca uma hospitalidade refinada.

Las Ventanas al Paraíso, A Rosewood Resort
KM 19.5 Carretera Transpeninsular, San José del Cabo, Baja California Sur 23400, México
T 52.624.144.2800
F 52.624.144.2801

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Thursday, May 03, 2007

Bifes Balzaquianos

Envelhecer a carne é uma arte conhecida até pelos crocodilos. A primeira vez que provei um bife envelhecido foi no "The Butcher Shop and Grill" em Sandton, enclave seguro nos arredores de Johanesburg. Levado pelo Bruce, com a Cristina e o meu amigo Alexander. Fomos escolher os bifes, que estagiavam em diferentes câmaras frigoríficas, alguns com 21 e 28 dias. A tentação de escolher um filet mignon fresco era grande, mas ante a insistência do nosso anfitrião acabamos por provar um bife de 21 dias. Que casou divinamente com um Beyerskloof Cabernet Merlot Stelenbosch. E se revelou tenríssmo e com um sabor único. Envelhecer a carne é uma ciência. Sobre a qual se debruçam universidades. E se fazem videos. A temperatura, a humidade e até o fluxo do ar são essenciais. Para o trabalho das enzimas. E podem fazer toda a diferença. Entre uma carne nobre, tenríssima, deliciosa, com os sabores mais concentrados, ou uma peça de carne pronta para o lixo.

Nesta viagem a San Diego fui levado pelo Manuel a um restaurante que envelhece Prime Ribs, as costeletas mais nobres, como se depreende do nome.
Num local inesperado. No meio das free shop do terminal B do aeroporto de Newark. Escaldado pela fome que passara no ano passado, quando fez a travessia para a costa Oeste apenas com Coca Cola e amendoins, que isto da contenção de custos nas companhias aéreas americanas tem que se lhe diga. E sorte teve ele, pois a mim já me deram uma cenoura crua para um New York / San Francisco. What's up, doc, teria dito o meu amigo Bugs Bunny, mas na altura resmunguei ( e senti-me) um Daffy Duck.

O paraíso de carnívoros em trânsito chama-se Galloway Steakhouse e aconselha-se a quem faz escala em Newark. Para além das suculentas, e grelhadas no ponto Prime Ribs, tem umas sopas de cebola ou de rabo de boi de encher o olho, uns espinafres em creme ou salteados soberbos, e umas "onion rings" que são autênticos shots de colesterol. Óptimas, como quase tudo o que é tóxico. Apenas destoam as batatas fritas, intragáveis. A carta de vinhos é razoável, tendo-se optado por um australiano Rosemount Shiraz.

Já em San Diego não podia deixar de visitar o "George at the Cove", velho conhecido do lanterna, em La Jolla Ainda recuperando da desilusão do empate na Luz, refugiei-me numas ostras, sumarentas e marinhas mas pouco ricas no sabor, seguidas por umas vieiras numa espécie de caldeirada, acompanhada por um excelente Viognier Miner Napa 2005, outros comensais foram pelo "21 day dry aged Strip Steak" e o descomunal "28 day aged Cote de Boeuf for two", que dava para quatro. A carne estava a ponto, mal passada num "medium rear" que só os americanos sabem, grelhada sem sal para preservar a sua suculenta osmolaridade. O Cabernet Sauvignon Silver Oak Alexander Valley 2002 mostrou-se à altura dos acontecimentos.

Já Balzac nos ensinava que a idade trás virtudes. E que a arte é a natureza concentrada. E apesar de haver quem diga que a carne é fraca, vale a pena provar a arte que é a natureza concentrada de um bom bife envelhecido




Wednesday, May 02, 2007

O Algodão não Engana

O Expresso tem um guia chamado "Boa Cama, Boa Mesa". Neste blog tem-se faalado mais da boa mesa do que da boa cama. Aliás, alguns me fizeram esse reparo. Falar em Prazeres do Diabo, esquecendo os prazeres da boa cama.

Depois de mais uma visita aos U.S. consolidei a minha convicção. Para o nosso bem estar, físico e psíquico, é fundamental uma boa cama.

Tempos houve em que se dormia em lençóis de poliester ou terilene. Tempos jé enterrados pela viragem do século. As camas são hoje os pilares do lar. Colchões aconchegadores e edredons decorativos, ornamentados por quatro filas de almofadas de penas. E lençóis. Macios e sumptuosos. Seda e mármore.

Nos USA o número de linhas do algodão dos lençóis tornou-se uma obcessão nacional. Há dúvidas se foi desde que a Jennifer Lopez recusou pousar as suas frondosas formas em algo com menos de 400 linhas ou se a discussão de Jessica Simpson com o ex-marido num reality show por causa de lençóis de 1400 dólares. O argumento dela foi arrasador: durmo mal.

O que é certo é que hoje os americanos são bombardeados com lençóis com 400, 600, 8000 e até mil linhas de algodão do Egipto. Até a Wall Mart ( o Continente lá do sítio) tem uma linha branca de lençóis de 1000 linhas. Mas o supra sumo são os Sferra.

E as almofadas? Cama que se preze tem de ter um mínimo de oito. Duas quadradas grandes (shams), duas mais pequenas, duas cilindricas ( boudoir) e duas ... para dormir. Camadas de cor, contrastes no padrão. Como podemos ver nas Desperate Housewives. Ou nas camas da Carrie de "Sex in the City".

E edredons? O de cima, em tons discretos, marcando o bom gosto da housewive. O de baixo ( sim o que fica por baixo dos lençóis, de penas, dará aquele conforto que permite meter o programa de sono rápido, dando em quatro horas o descanso de um sono de oito horas.

Cobertores? Apenas um. Pode ser em Mohair ou algodão, mas de preferência deve ser de cachemira. A condizer com a manta que fica aos pés da cama.

Quem não sabe o que isso é vá dormir ao Courthouse Kempinski a Londres. Como o Miguelito que desde então não pára de pedir à mãe colchões como aqueles. Ou a "Heavenly Bed" da Westin. Hoje é cada vez mais comum os hotéis venderem colchões, edredons ou almofadas. E há até os que têm menus de almofadas ao dispôr dos hóspedes. Como os Ritz-Carlton.

Quando pensamos o tempo que passamos na cama, faz todo o sentido torná-la confortável e acolhedora. E como o que está em contacto mais intimo com a nossa pele são os lençóis eles são a peça essencial ara uma boa cama. Devem ser pois em algodão do Egipto. No mínimo com 400 linhas. Até quando pode ir a contagem das linhas ? Até ver até 1020. 400? 1020? O tamanho conta? Há quem diga que sim, há quem diga que não. Eu acho que se deve tocar e sentir. E depois de experimentar, optar.



Cá por mim, trouxe mais um conjunto de 800 linhas da Hotel Collection, mais um par de almofadas de penas de ganso compradas no Macys. Com 30% de desconto, com o meu cartão de cliente. Para ter sonhos côr de rosa. Embora os melhores segundo diz a minha filha Carolina sejam os azuis.