Thursday, April 26, 2007

QUARTO DE HOTEL ( 23) Chedi Muscat

Inaugurado em 2003, este design hotel é o ideal para quem procura exotismo e romance, misticismo e luxo. Cruzamento de Arábia e Ásia, Lawrence of Arabia e Philipe Starck, é propriedade da cadeia de “boutique hotels” GHM, sediada em Singapura. O loby é dominado pelo gigantesco sofá onde a Carolina, com uma deiscência na fralda, deixou a sua marca.

Com 350 metros de praia privada e luxuriantes jardins e lagos, acolhedores pátios interiores, e um clima que nunca falha, o hotel proporciona repouso e recolhimento, e o lugar ao sol de que falava a canção.

Os 61 quartos Serai, com 33m2 e cama queen size, localizam-se na ala Serai, num edificio de quatro andares, virados para o Índico.

Os 60 quartos Deluxe, com 39m2 e camas king size, estão espalhados pela ala Chedi, com dois pisos. Os quartos térreos abrem-se para a tranquilo jardim.

Os 8 quartos Chedi Club Rooms ficam perto do Club Lounge com vistas para os jardins ou os lagos.

As 40 “Club Suites”, villas dispersas por entre palmeiras e lagos, de decoração minimalista, algumas duplex, têm cúpulas prateadas por cima de camas “sultan”-size; casas de banho em mármore preto com gigantescas banheiras afundadas e cabines de duche luxuriantes jactos, Hi-fi Bose, pratos de fruta fresca e doces árabes diáriamente.

O que torna o Chedi irrestível são as piscinas. A Serai Pool, aberta a todos os hóspedes,

e a Chedi infiniti pool, sobre a praia, só para adultos. Aliás num hotel com um ambiente Zen, não me parece que as crianças se enquadrem bem no ambiente. A sua irreverência iria estragar o repouso dos outros hóspedes. Foi por pensar assim que acabei por optar pelo Shangri-La.

Assim acabei por visitar o hotel apenas para aí jantar, e pelas referência altamente elogiosas que os Rui's e o António lhe fizeram. O "The Restaurant" serve cozinha Árabe, Mediterrânica, Asiática e Indiana, num espaço amplo com as diferentes open kitchen dispersas pela sala.


O “Arabian Court “ fica junto ao restaurante, e oferece cozinha árabe, sendo o espaço ideal para após o jantar nos deleitarmos com uma shisha. E um passeio pelos jardins iluminados pelos archotes e pelo luar é um excelente final de noite.

É o Hotel certo para quem quer passar uns dias ao sol, sem crianças, na zona do Golfo.

Labels: ,

Wednesday, April 25, 2007

O meu 25 de Abril mete cravos... cor-de-rosa

O João Malheiro é a minha primeira imagem do 25 de Abril de 1974. Muito antes dos Spínolas, Otelos, Vascos Gonçalves, Soares, ou Cunhais. Porque foi ele quem me deu a notícia do golpe. A mim e a tantos outros putos, entretidos numa inconsciente futebolada no recreio folhado de plátanos entre os pré-fabricados do que era a velha escola secundária de Vila do Conde. Que tinha havido uma qualquer revolução em Lisboa e andava toda a tropa aos tiros, os do exército contra os da marinha. A curiosidade, bem como o cheiro a feriado, fariam com que se formassem logo várias colunas de alunos, com o intuito de marcharem em direcção ao pavilhão da direcção da escola. Depois de alguma confusão, com alunos mais velhos, professores e funcionários a abrirem e a fecharem portas, foi comunicada a suspensão das aulas e todos fomos mandados para casa. Lembro-me de ter feito todo o caminho a choramingar, preocupado com a tal guerra em Lisboa, pois tinha um irmão na base no Alfeite. Em casa apenas me confirmariam a confusão que ia lá para baixo, avolumada pela mudez marcial que grassava na rádio.

Os dias seguintes, na escola como no País, propiciariam uma realidade vivida em doce e anárquica confusão. Os alunos, da noite para o dia, passaram a figuras centrais da escola. Horários, aulas, professores, funcionários, serviços escolares, tudo passou a ter a importância que os comités de alunos determinavam. Estes, dirigidos pelos finalistas do 5º ano, decretavam diariamente e boca-a-boca as medidas do novo poder que lhes havia caído dos céus. Há uma reunião no pavilhão. Ou há uma reunião geral na sala X. E a malta lá ia, sem sequer se preocupar se entretanto perderia alguma aula. Até porque deixou de se saber quando havia aulas. Tal como deixou de se estipular ou cumprir horários, marcar previamente datas para os testes, ou sequer ter salas de aula certas, pois que o mais provável seria estarem ocupadas por uma qualquer reunião de alunos. Nestas, muitas vezes marcadas sabe-se lá por quem, havia sempre borga pela certa. E quase sempre o João Malheiro liderava a mesa da presidência. Já aí demonstrava a verbe superior, usando um vocabulário com expressões que passamos a escutar ali muito antes de as ouvirmos nos telejornais ou nos comunicados do MFA. «Fascismo», «ditadura», «socialismo», «camarada», «eleições», «constituição», «democracia», etc. Tudo expressões que o João utilizava com grande à-vontade, mostrando que o b-a-bá dele era já diferente do de qualquer de nós. Mais tarde vim a saber que eram influências familiares, que o pai já era comunista ainda durante o tempo da ditadura. Em certa medida ele era, para mim e para alguns outros putos que ali estudavam, o nosso Otelo. Falava convictamente, com o fervor dos iluminados, soletrando uma a uma as sílabas das palavras mais complicadas e mostrava um grande empenho em discursar sobre temas que às tantas se nos tornavam incompreensíveis. De tudo isso ressaltavam as ideias das novas e grandiosas conquistas que a Revolução trazia e era urgente proteger e onde os alunos deveriam saber assumir a sua quota de responsabilidades. «O professor X é um reaccionário», «o ensino tem de ser mais progressista», «aos alunos tem de ser dada a gestão da escola», «o ensino tem de estar virado para as necessidades do aluno». A todos os slogans as reuniões gerais de alunos berravam «Acima» e «Abaixo» nas pausas dos discursos e acabava sempre tudo com apoteóticos aplausos. No dia seguinte lá faltava mais um professor.

Também por essa altura surgiu na escola a União dos Estudantes Comunistas, sendo o João Malheiro um dos animadores. Passou então a ser normal, para os putos como eu, ver os comunistas serem apresentados como dos bons, contrariamente ao que eu escutava em casa, onde ainda eram tomados assim como um bando de malfeitores. E as novidades não se ficariam por aí. Também as guerras em África, afinal, já não seriam por causa dos pretos-turras que queriam ficar com o que era nosso. Não, afinal eram movimentos de libertação legítimos, liderados por pessoas que até tinham nome (Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Samora Machel) e que apenas queriam libertar os seus povos do domínio dos opressores. Que passamos a ser nós, portugueses. Para lá da descoberta dos novos terroristas-amigos, fiquei sobretudo satisfeito por saber que não teria mais que ir combatê-los e que podia finalmente esquecer o alistamento para África, algo que sempre se temeu lá em casa. Ainda estava fresca a notícia da morte, dois meses atrás, de um primo na Guiné, interrompendo o que se previa uma carreira briosa entre o futebol e o seminário. Entretanto, devido ao aliciamento que se fazia aos mais putos e por ser o único sítio onde se podia jogar matraquilhos de graça, passei a frequentar a sede da PCP. Para entrar na secção desportiva tinha só de registar num papel o nome, a turma e o ano, embora isso não fizesse de mim um comunista, asseguraram-me. Epíteto que me interessava desmerecer por não ter dúvidas quanto à sua aceitação lá em casa. O aliciante da frequência do espaço, para além dos matraquilhos, é que havia sempre miúdas disponíveis para dialogar sobre as conquistas da revolução. O único senão seria aturar as intromissões dos camaradas que passavam o tempo a assediar a filiação no partido. Fui então obrigado a abandonar os matraquilhos da UEC, pois que a minha mesada mal dava para os extras do almoço e porque falar em reforços, lá em casa, daria direito a uma rabecada. Continuei, no entanto, a ter os mesmos sonhos nocturnos com algumas das meninas, filhas das conquistas da revolução.

No final do ano seguinte saí daquela escola e prossegui estudos noutro lado. Já só voltei a ver o João Malheiro alguns anos mais tarde, durante as idas de comboio para o Porto, eu para a faculdade e ele para a sede do PCP, de que se tornou funcionário. Cumprimentávamo-nos de vez em quando, geralmente no hall das carruagens, onde ele passava o tempo das viagens, a gastar cigarros e pensamentos certamente tão revolucionários quanto os discursos que fazia nas RGA's da escola. Uma vez assisti a uma discussão dele com um revisor da CP. Tudo por causa de um militar que andava na recruta em Lisboa e que foi apanhado a viajar sem ter o devido bilhete. O pica queria multá-lo e o João interpôs-se em defesa do feijão-frade, dando uma valenta seca ao funcionário da CP. Fez logo ali quase um comício sobre os deveres do recruta carne-para-canhão nos jogos de interesses da Pátria e por aí adiante. Fiquei com a sensação de que haveria pessoas que não mudavam, independentemente do que ocorria no mundo, por força de convicções tão fortes como as certezas. Tal como me interrogava sobre a força interior necessária para se manterem assim, militantemente convictos.

Soube que, ainda durante os anos oitenta, entrou para os quadros da rádio no Porto, onde passou a fazer relatos de jogos de futebol em directo. Mais tarde passou a fazê-lo na RTP, sendo o speaker de serviço nos jogos transmitidos do estádio do Bessa. Passei a segui-lo aí. Tinha um estilo de relato à Fernando Correia, seu colega de partido. O João não inventava nada no léxico desportivo em voga e era perfeitamente ortodoxo na utilização do linguajar do futebolês. Descrevia os lançamentos da linha lateral, os pontapés de baliza, as bolas saídas pela linha de cabeceira, os remates com o pé direito de fora da grande área, ou os cortes milimétricos dos defesas, tal como mandavam os manuais vigentes do relato desportivo. Fazia-o com o mesmo enfoque, formalismo e magnanimidade vocal que utilizava em tudo o que dizia. Com a mesma religiosidade que certamente se habituou a encontrar nos comunicados do partido.

Soube que mais tarde passou a gestor de eventos desportivos, aproveitando a presença e notoriedade dos futebolistas vilacondenses que jogavam no FC Porto da altura, André, Quim e Paulinho Santos. Consta que a notoriedade destas festas foi atraindo cada vez mais gente, incluindo modelos, gente da moda e a beautifull people do Porto. Depois daria o salto para Lisboa, onde surgiu como porta-voz da direcção do Benfica, quando Manuel Vilarinho ganhou a presidência a Vale e Azevedo. Datam desta altura os seus constantes comunicados de imprensa, que o fariam surgir nas TV's com o tom coloquial e a sapiência vermelha de sempre. O cargo permitia-lhe ter, às ordens, automóvel com motorista, porque continuava sem tirar a carta. Assisti pelas televisões à publicação da sua biografia do amigo Eusébio, com quem era visto em todo o lado e de quem falava como de um mito vivo. Datam dessa altura, também, as suas querelas nos jornais com Pinto da Costa, que chegou a apelidá-lo de «papagaio», num truculento taco-a-taco que só perderia devido aos maus resultados da equipa de futebol. Sairia do Benfica, diz-se, por imperativa e expressa decisão do treinador espanhol José António Camacho, que não lhe gabava a verbe. A última vez que dei por ele, estava ao lado de Manuel Alegre na campanha das últimas presidenciais, como membro da respectiva comissão de honra. Na próxima, quem sabe onde...
Agora, é cronista social de um mundo cor-de-rosa. Com algum cinismo, acrescentaria que a cor do mundo que porventura lhe pintaram Marx, Engels, Lenine e outros tantos. O que é verdade é que, no mundo das tertúlias televisivas, o João Malheiro continua a não dar pontapés na gramática. Utiliza, aliás, um enfoque verbal e uma histrionia gestual que fica a quilómetros de distância dos seus outros colegas comentaristas, que se calhar nem saberão o que isto seja. Enquanto nele a sapiência até parece real.

Friday, April 20, 2007

Fim de Semana (4 ) - Lyon

1. A Viagem
Para quem viaja do Porto:

Partida 14/9 às 7.30 com chegada a Lyon às 12.25 após escala em Lisboa. Regresso a 16/9 às 17.10 com chegada ao Porto pelas 18. 20. Na Portugália por 297€.

Para quem viaja de Lisboa:

Partida 14/9 às 9.00 com chegada a Lyon às 12.25. Regresso a 16/9 às 8h10m com chegada a Lisboa pelas 9.40. Na Portugália por 297€.

2. O Carro

Na Avis, um VW Passat por 227€.

3. O Hotel

Talvez devido à época, os hotéis em Lyon estão caros e superlotados. Apesar do encanto do Cour des Loges, apenas os quartos minúsculos estão a preços aceitáveis ( 450€, não se pode dizer que seja barato). E pagar 480€ noite num Sofitel é, isso sim, inaceitável.

Assim optei por reservar o Alain Chapel.

Membro da Relais e Chateaux, é um pequeno e modesto hotel nos arredores de Lyon, que ocupa uma antiga estação de correios do séc XIX e tem como maior atracção o seu restaurante 2* Michelin, fundado pelo já desaparecido Alain Chappel, lui-même, o mestre de Alain Ducasse.

O hotel localizado na pitoresca Mionnay, é simples mas acolhedor, e barato, com os quartos standard por 120€, e o quarto superior 140€.


4. As visitas

O centro histórico, o Vieux Lyon , Património da UNESCO.

Visita à Basilica La Fourviére e a Catedral de St. Jean.

Descer as escadas e atravessar as traboules (passagens cobertas) até ao Quai Romain-Rolland onde se encontra o mercado dos Artistas.

Atravessando o Sâone encontramos o Quai de la Pêcherie, onde se encontram os alfarrabistas. Boas raridades BD encontram-se por lá.
Atravessando o Rhône vale a pena visitar o Musée d'Art Contemporain e daí passear no Parc la Tête d'Or, nas suas plumagens de Outono. Para os apreciadores vale a pena visitar a Cité ds Antiquaires do lado de lá do Parque. Infelizmente a exposição "Par Toutatis", no Museu Gallo-Romaine encerra em Julho. Seria uma excelente viagem ao Universo de Panoramix.



5. Os restaurantes

Alain Chapel (**)
Alain Chappel foi um dos fundadores da Nouvelle Cusisine, mestre de Alain Ducasse. e um dos criadores do conceito de degustação, fundindo a tradição com refinamento técnico, perpetuado pela viúva Suzanne Chapel e o chef Philippe Jousse que assumiu a cozinha do restaurante . depois da morte do mestre em 95. A cozinha de Philip Jousse, mantendo-se fiel à herança de Chappel, magistralmente confeccionada e apresentada, servida numa atmosfera do velho mundo.

O “Menu de Printemps” compreende

Aiguillette de homard ''Nouvelle Ecosse"" à l'huile de citron de Menton, petites crêpes de sarrasin fourrées, une gelée de crustacés.
Oeuf poché sur des morilles au savagnin, des asperges vertes en vinaigrette tiède d'écrevisses.

Filet de rouget aux herbes à soupe et moelleux de pommes de terre, un chutney de tomate.

Noisette d'agneau rôtie sur le carré en chapelure de pistache,petits pois et ails doux ; de la fougasse.

À sobremesa "Pêche
séchée rôtie au Beaumes-de-Venise, fine polenta et gelée de pamplemousse rose" e "Fondant chocolat au thé Earl Grey, dacquoise à la noisette et marmelade de figue, une glace au pain d'épices".

Café e mignardises, "meringues à la crème à la vanille", pralines e friandises.

De fora estão clássicos como a Cassoulet de Rim, o Frango de Brésse, o Ris de Veau ou o Capuccino de Cépes, a Salada de Lavagante e o Pombo com Trufas. Estão a guardá-los para nós, para o Menu do Outono.


Paul Bocuse (***)

O cume, o zénite, o apogeu, o epítomo da cozinha de Lyon. Assim se referem a esta lenda viva da cozinha francesa os críticos de gastronomia e os seus pares ( o Bocuse d'Or é o eaquivalente aos Óscares da cozinha). No seu restaurante, com uma decoração entre o barroco e o kitsch, desfilam pérolas culinárias.

Como a Sopa de Trufas VGE (aqui a receita), criada para o Presidente Giscard, a Sopa de Rãs, o Tímbale de caracóis ou o Escalope de Foie Gras com molho verjus nas entradas,

os filetes de salmonete e a celebrada Salada primaveril de Lagosta,

a Cassoulete ou o Souflé de Lagosta ou o Risotto de Lagostins Nantua


o pombo Assado ou o Rim de Vitela,



o Frango de Bresse em bexiga "Mère Fillioux". e o Leitão assado no espeto.

Nas sobremesas o "Gateau do president",

com o chocolate da casa Bernachon, cujo fundador era sogro de Paul Bocuse, é obrigatório ( aqui fica a receita). Tal como os "Oueufs à Neige Gran Mére Bocuse".

6. O espectáculo

Em condições normais o espectáculo a ver em Lyon seria no Théatre Les Celestins ou na Ópera National de Lyon. Que no fim de semana em questão tem programado um espectáculo de dança de William Forsythe. Mas o que nos leva a Lyon é outro espectáculo. De bailado. No Stade de Gerland. É a Haka.



No Nova Zelândia - Portugal, na participação histórica dos Lobos no Mundial de Rugby. Depois daqualificação sofrida em Montevideu.
Vamos em festa, ver o Pedro Leal, o Pipoca, do alto do seu 1.70m e sessenta e picos quilos placar os colossos neo-zelandeses. Da mesma forma que admirei os iranianos que em Frankfurt faziam a festa depois de perderem com Portugal no Mundial de Futebol, celebraremos alegremente a esmagadora derrota com os All Blacks. De Johan Lomu que além do exemplar atleta que foi, é um exemplo de vida.

7. O blog

http://www.aguilarugby.blogspot.com/

voltar

Labels: , ,

Tuesday, April 10, 2007

Clássicos: Pretty Woman

Clássicos (3) Gimmie Shelter

Clássicos (2) Time

Monday, April 09, 2007

Omanizados

Muscat foi reconquistada aos portugueses em 1650 pelo Sultão bin Saif al-Yarubi. Depois de uma breve ocupação pelos persas o Oman foi reinado pela dinastia Al Bu Said. Até 1970 o Oman atravessou um declínio comercial e permaneceu isolado do Mundo. A rede eléctrica estava quase circunscrita a Muscat. Após o golpe que levou o Sultan Qaboos bin Said ao poder o Oman vem marcando pontos como destino turístico, embore preserve as suas raízes tradicionais.

No vizinho Dubai constroi-se o arranha céus mais alto do mundo. Tem os melhores torneios de ténis, golfe ou corrida de cavalos.
No Oman controi-se a maior mesquita do Mundo num País onde nenhum prédio pode ter mais de quatro andares.

Choca sempre ver as mulheres com o rosto tapado (algumas com uma espécie de açaime). A maioria das muçulmanas andam com o cabelo coberto e o rosto destapado, na capital e no interior. Mas, ao contrário da vizinha Arábia Saudita, no Oman as mulheres têm profissão ( conheço uma médica que por lá tem uma clínica ), inclusive vimos várias mulheres polícias. Têm direito a voto e podem ser eleitas ( apenas desde 1997).

Na incursão que fizemos pelo interior do país visitamos os imponentes fortes de Jabreen e Nizwa. Ambos reconstruídos recentemente e património da Unesco, foram construídos no séc XVII, já depois da tomada de Muscat.
Nalguns canhões ainda se podem ver o escudo português.

O almoço em Nizwa, num restaurante simples e genuinamente árabe, sem turistas, proporcionou uma refeição agradável, com uma cozinha de inspiração indiana ( massala de galinha e borrego para os cavalheiros, frango assado para as meninas) e uns sumos naturais divinos ( de laranjas dulcíssimas, manga e uma surpreendente romã).

Para uma próxima visita ficou programada uma incursão pelos wadis ( leitos secos que permitem passeios todo o terreno) e pelas dunas do deserto, já que a única incursão TT que fizemos se deveu a que a auto estrada para Jabreeen estar incompleta, mas como seguinos um desenrascado taxista local, os últimos 30 km foram feitos ora em troços asfaltados ora em troços de terra batida.


Apesar de para muitos o Oman ser cenário para invasões e batalhas, é habitado por um povo simpático e hospitaleiro. Que fala inglês e gosta de ajudar, seja indicando onde fica um caselo ou um restaurante, seja oferecendo moedas para o parcómetro. Um povo que bebe Coca-Cola e adora futebol (com o Cristiano Ronaldo no topo). E que cultiva a personalidade do amado (será mesmo?) e omnipresente Sultan Qaboos. Circulamos com total segurança na capital e no interior, sem nunca sermos importunados, mesmo nos souqs os comerciantes não incomodam o turista.

Servido por excelentes hotéis e restaurantes, que serão tema de outros posts, é um destino que se recomenda. Mais do que o vizinho Dubai, estragado por tanta construção e opulência.

Labels: